domingo, 18 de setembro de 2011

Setembro: a criança e o adolescente na escola



Na última quarta-feira, dia 14 de setembro, foi realizada mais uma edição do Gestalt em Ato de 2011 com o tema: A criança e o adolescente na escola: ajustamento sincrético ou naturalização? apresentado pelas Psicólogas Lydiane Soares e Maria Teresa Mandelli. O encontro reuniu estudantes e profissionais interessados na prática clínica gestáltica infanto-juvenil e na área da educação. 

Após a apresentação dos participantes, foi realizada uma vivência na qual todos  puderam experimentar relações a partir de diagnósticos bastante frequentes no contexto escolar, como dislexia, hiperatividade, déficit de atenção ,dentre outros.  Após esta vivência,  foi aberta uma discussão sobre as impressões e percepções dos participantes acerca do que haviam vivenciado,  possibilitando  assim um diálogo sobre as diversas experiências e dúvidas a partir deste tema. 

A discussão foi articulada com a prática clínica gestáltica, favorecendo o esclarecimento de algumas questões e a apresentação de aspectos dessa  abordagem que embasam e orientam as  intervenções do clínico frente à demanda de atendimento a crianças e adolescentes diagnosticados com  problemas de aprendizagem e transtornos de comportamento. 

Agradecemos a presença e contribuição de todos nesta discussão e construção de conhecimentos sobre  esse assunto e deixamos um convite para o próximo Gestalt em Ato no dia 19 de outubro com o trabalho: Quando a dor do outro dói em mim: suporte para o terapeuta que trabalha com situações aflitivas.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A criança e o adolescente na escola: ajustamento sincrético ou naturalização?


Lydiane Soares
Maria Teresa Mandelli

A realidade da clínica infanto-juvenil apresenta uma imensa quantidade de encaminhamentos escolares que têm como queixa problemas de comportamento e dificuldades de aprendizagem.  É habitual, por parte da escola e profissionais da área da saúde, o uso de diagnósticos que classificam crianças e adolescentes como hiperativos, disléxicos, depressivos, autistas, dentre outros, que sustentam a compreensão de que o sujeito é portador de uma deficiência e desconsideram os demais envolvidos no processo de aprendizagem e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

A terapêutica destes casos frequentemente se reduz ao uso de psicotrópicos; o Brasil é o segundo país que mais medica crianças e adolescentes. Tal realidade reforça o entendimento de que tais comportamentos diferentes “dos esperados” dizem respeito a doenças a serem tratadas e não a ajustamentos criativos para lidar com o contexto contemporâneo, marcado por incertezas e instantaneidade.

As demandas endereçadas aos psicólogos clínicos invariavelmente buscam a adequação de crianças e adolescentes às normas e padrões esperados pelo contexto escolar. 

Nosso intuito neste trabalho é refletir e dialogar sobre os efeitos de uma concepção diagnóstica e curativa que direciona a atuação do psicólogo para um atendimento individualizado ao sujeito com queixa escolar, bem como propor e discutir, sob a ótica da clínica gestáltica, uma prática que implica todos os que participam do processo de escolarização e socialização de crianças e adolescentes. A clínica gestáltica possibilita o acolhimento daquilo que é estranho, diferente da normatização, buscando a espontaneidade e a fluidez das relações.

A partir destas discussões e da prática clínica, abrem-se algumas questões:

A serviço de quem estão os diagnósticos escolares?  
Como o clínico gestáltico atua frente a estas normatizações?
 
Venha participar dessa discussão, a partir desses e outros questionamentos, no próximo Gestalt em Ato, dia 14 de setembro, quarta, às 19hs!