segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Outubro: Quando a dor do outro dói em mim



Na última quarta-feira, dia 19 de outubro, foi realizada pelas Psicólogas Ana Carolina Seara e Maria Balbina Gappmayer mais uma edição do Gestalt em Ato com o tema: Quando a dor do outro dói em mim: suporte para o terapeuta que trabalha com situações aflitivas. Esse encontro reuniu estudantes e profissionais interessados no tema da atividade.
 
A proposta dessa atividade era dar continuidade ao trabalho que foi desenvolvido no dia do Psicólogo (dia 27 de agosto deste ano, em que o Instituto Müller-Granzotto promoveu um evento no qual diversas atividades foram oferecidas com o intuito de abrir um espaço de troca e conversa entre profissionais com ampla experiência clínica e estudantes e profissionais interessados em conhecer um pouco mais sobre a abordagem Gestáltica). Nessa ocasião, as Psicólogas introduziram a questão da importância do terapeuta dar-se conta daquilo que acontece com seu corpo ao estar com um consulente: a importância de escutar o outro estando atento ao impacto disso no seu próprio corpo.

Essa atividade iniciou com uma conversa sobre a trajetória para a construção desse trabalho, ou seja, os motivos que levaram à busca desse caminho: o projeto Gestalt-oncologia, a leitura sobre os ajustamentos aflitivos e o trabalho desenvolvido pela Dra. Adriana Schnake, Médica/Psiquiátrica e Gestalt-terapeuta Chilena.

Depois dessa apresentação e introdução sobre os ajustamentos aflitivos no campo da doença somática, foi apresentado um caso clínico e realizada uma discussão com base nos aspectos teóricos apresentados. Em seguida. foi aberta uma discussão sobre os recursos para se trabalhar com a doença somática e os resultados desse tipo de intervenção.

Agradecemos a presença e contribuição de todos nesse trabalho e deixamos um convite para o próximo Gestalt em Ato no dia 9 de novembro com o trabalho: Dor e saudade: conversando sobre a morte e outras perdas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quando a dor do outro dói em mim...

Ana Carolina Seara

Maria Balbina Gappmayer

Vivemos na atualidade grandes mudanças, sejam relativas à área científica ou de recursos tecnológicos, permitindo que as pessoas vivam mais anos. O fato é que nem sempre o aumento da expectativa de vida é acompanhado de uma significativa qualidade de vida. Os avanços da medicina permitem que várias doenças sejam diagnosticas precocemente; o avanço da indústria farmacêutica possibilita que as pessoas tenham uma longa sobrevida, apesar de doenças preexistentes. Mas o que a medicina ainda não conseguiu controlar foi o aparecimento das doenças somáticas e que, possivelmente, também estão relacionadas com a forma como vivemos na atualidade.

Ao trabalhar com a dor do outro, seja ela proveniente de um adoecimento psíquico ou somático, o terapeuta está, ao mesmo tempo, lidando com suas próprias dores, com a forma como cuida de seu corpo. Entendemos que o terapeuta é seu próprio instrumento de trabalho; coexistindo, dessa forma, uma pessoa que sofre e sente com aquela que cuida do sofrimento alheio. Em função disso, é preciso que o terapeuta saiba como é afetado pelas suas dores e que saiba cuidar delas, para que então possa olhar para a dor alheia.

Dessa forma, se o terapeuta souber compreender o que o afeta e o que faz com que seu organismo adoeça, ele estará mais preparado para auxiliar aquele que o procura. Ao reconhecer o que o faz adoecer, ao conhecer a sua própria dor e integrar aspectos seus até então rechaçados, ele estará mais preparado para cuidar da dor do outro, sem que ela lhe cause mais dor ou o faça adoecer.

Venha participar conosco dessa discussão no próximo Gestalt em Ato, dia 19 de outubro de 2011, às 19h!