segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gestalt nas Organizações?

Graziela Bonatti
Cleber de Paula

Sim, e por que não?

Essa é a proposta que começamos a discutir dentro de um grupo de diversos profissionais da área de RH, Psicologia Organizacional, Psicologia do Trabalho e Gestalt terapeutas.

E nos questionamos: qual seria a contribuição que a Gestalt Terapia poderia trazer para dentro de uma organização?

Essa é uma questão que ainda não se responde por si só, mas já podemos arriscar e afirmar que olhar gestalticamente para uma organização é perceber-se em relação, como alguém que está lidando, a todo o momento, com aquilo que, muitas vezes, lhe parece próprio ou alheio, mas que, a bem da verdade, trata-se tão somente de um modo de ser no campo - o campo no qual nossas relações se estabelecem. Um campo que, ao contrário do que comumente imaginamos, não ocupa um lugar físico, mas se constitui, ele próprio, nas relações, na troca, no como nos sentimos com aquilo que nem sempre nos é explicitado, mas que podemos, de alguma maneira, sentir ou, se preferirmos, intuir. Sendo assim, podemos considerar que uma organização, por se tratar de um local onde convivemos com as mais diferentes pessoas, enseja a possibilidade da configuração de diversos e variados campos.

E como nos sentimos nesses campos? Como agimos a partir de como nos sentimos? Como as pessoas trabalham, criam e se relacionam nas organizações? Como podemos oportunizar a expressão do que se passa com as pessoas e o que é possível criar a partir desse lugar?

Será aqui, nesse contexto, que estaremos tratando do que chamamos de ética na Gestalt Terapia. Ética que é abrigo e desvio, pois se propõe a olhar para esse lugar em que o estranho e o desconhecido em nós se apresenta, encontra abrigo e, ao encontrar abrigo, pode então transformar-se na matéria-prima de construções vindouras.

Além disso, questionamos se há lugar para essa ética dentro das organizações e como se daria a construção dessa possibilidade em nossas práticas diárias.

Estas são algumas das questões que irão permear nossas discussões e então, a partir delas, nascer a proposta da atuação gestáltica dentro das organizações.

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