terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Contato e sexualidade- Dez 2010

Em 1º de dezembro de 2010 aconteceu mais uma edição do Gestalt em Ato com o trabalho Contato e Sexualidade, apresentado pelos Psicólogos Diogo de Oliveira Boccardi e Artur Martinhago Aguiar. O encontro reuniu pessoas interessadas em conhecer mais acerca de um tema, até então, pouco explorado: um olhar sobre contato e sexualidade a partir de Reich (Análise do caráter) e Perls (Gestalt-terapia).
 
O trabalho iniciou com uma apresentação de um episódio de "In Treatment", um seriado de televisão que retrata atendimentos psicoterapêuticos. Em seguida houve uma discussão sobre as formas nas quais o tema da sexualidade aparece no campo clínico, e o modo como os gestalt-terapeutas fazem a leitura da função da sexualidade como ajustamento criador.
 
Agradecemos a presença de todos os envolvidos no sucesso desse trabalho e nos demais trabalhos apresentados durante todo esse ano. A agenda de trabalhos 2011 já foi divulgada! Deixamos aqui o convite para quem tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre a Gestalt-terapia e os trabalhos desenvolvidos no Instituto Müller-Granzotto de Psicologia Clínica Gestáltica. As atividades do Gestalt em Ato são realizadas nas quartas-feiras, às 19hs, e a entrada é franca. Desejamos também que as festas de fim de ano sejam a ocasião para confraternizar e resgatar as energias para fazer de 2011 um excelente ano.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Contato e Sexualidade

 
Diogo de Oliveira Boccardi
Artur Martinhago Aguiar

Como a sexualidade aparece na clínica? A partir de quais fundamentos o clínico orienta sua intervenção terapêutica relacionada a essas questões? 
 
Fritz Perls e Wilhelm Reich têm muito em comum. Ambos tiveram sua formação como analistas freudianos, e ambos puderam criar a partir disso. Reich, inclusive, foi analista de Perls, que se interessou muito pelo trabalho sobre a couraça muscular. A partir daí, cada um seguiu seu caminho afastando-se da psicanálise clássica, e em direção a outras matrizes de pensamento. Mas em que medida Perls e Reich têm pretensões e métodos clínicos semelhantes? No que se distanciam? Que críticas os autores fazem ao elaborarem os conceitos de Contato e Sexualidade?

Com suas produções popularizadas, a Gestalt-Terapia, de Perls, e a Análise do Caráter, de Reich, foram também lidas de formas equivocadas, acarretando uma banalização e a estereotipia de certos conceitos. Queremos, nesta edição do Gestalt em Ato, discutir os conceitos de Contato e de Sexualidade – centrais para estes dois autores –, e o modo como aparecem na clínica. Compreendê-los adequadamente é vital para a uma intervenção qualificada. Afinal suas contribuições podem ampliar o olhar para as questões que surgem no processo terapêutico e ser uma poderosa ferramenta de intervenção clínica.

Acompanhe e participe dessa discussão na última edição do Gestalt em Ato de 2010, quarta, dia 1º de dezembro, às 19hs! 
 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Novembro: Onde está a criança no atendimento?

Em 3 de novembro de 2010 aconteceu mais uma edição do Gestalt em Ato com o trabalho Onde está a criança no atendimento infantil?, apresentado pela Psicóloga Carolina Prado Koneski. O encontro reuniu estudantes e profissionais interessados em conhecer a clínica infantil na Gestalt-terapia.

O trabalho iniciou com uma apresentação dos participantes seguida de um experimento clínico para que cada participante pudesse acessar “sua criança” e assim adentrar no universo infantil. Esse regaste possibilitou introduzir a forma a partir da qual o clínico na abordagem gestáltica trabalha, a partir de suas vivências. Em seguida houve uma apresentação das bases teóricas e a metodologia que fundamentam o trabalho nesse campo e uma discussão sobre a forma de trabalho do Gestalt-terapeuta na clínica infantil: e a partir de que olhar ele percebe a criança dentro do atendimento e de que forma a família está implicada nesse processo.

Agradecemos a presença de todos os envolvidos no sucesso desse trabalho! Dando seqüência ao projeto em dezembro teremos um olhar gestáltico sobre Contato e Sexualidade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Onde está a criança no atendimento infantil?


Carolina Prado Koneski

Imaginem, reflitam sobre os motivos que levam a criança e sua família a procurarem uma psicoterapia. Pais e criança realizam pedidos, pedido este realizado pela criança, que normalmente não corresponde ao pedido familiar.

A criança vem à terapia porque se encontra impedida de fluir e cristalizada em alguns padrões que não estão sendo experimentados como satisfatórios. O processo é interrompido, é como se o mundo não lhe oferecesse condições para que esse contato flua, e o crescimento aconteça. Assim, a criança muitas vezes denuncia uma dinâmica familiar falida, denuncia um sintoma. Podemos refletir, no entanto, que esta criança, na estrutura familiar, vem sendo a figura mais saudável, pois o sintoma neste momento é o melhor representante de um ajustamento criativo. São as sucessivas tentativas da criança em desenvolver uma melhor forma de lidar com a impossibilidade de criar.

Diante dessa dinâmica, qual deve ser a postura do terapeuta? No contato inicial, a criança insere o terapeuta no convite do brincar, basta estar presente, compartilhar esse convite. Mas é no encontro terapeuta e criança, na relação de campo que se configura naquele momento, que há possibilidade de a criança reconhecer suas necessidades emergentes e experimentar satisfazê-las. O brincar permite que a criança experimente, faça contato com o mundo do qual ela faz parte, buscando possibilidades de atuação, refazendo o caminho. O brincar é um dos recursos mais importantes, e é fundamental na prática clínica com crianças, pois através dele o terapeuta ajuda a criança a se apossar do que é dela, ficando atento para a apreensão do sentido da brincadeira para aquela criança, ressignificando vivências. Junto com a criança e em sintonia com ela o terapeuta fornece condições, durante o brincar, para que ela desenvolva o auto-suporte ampliando seu fluxo de awareness. Na brincadeira, a criança exercita o seu próprio ajustamento criativo, reconfigura seu campo através do contato e reconhece uma nova forma de aproximação.

O brincar é como se a criança novamente vivenciasse a cena. Todo brincar é um ato, uma ação, um acontecimento por si. Sempre atual em obra e processo.

A CRIANÇA do terapeuta é presentificada e bastante solicitada no atendimento à criança. Vale perguntar, revisitar e dialogar com sua criança. Onde você a deixou? Guardada junto com suas bonecas, ou em seus diários?

Acompanhe e participe dessa discussão no próximo Gestalt em Ato, quarta, dia 3 de novembro, 19hs!


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Gestalt-oncologia: a construção de um caminho


Em 6 de outubro de 2010 aconteceu mais uma edição do Gestalt em Ato com o trabalho Gestalt-0ncologia: um lugar além da doença, apresentado pelas Psicólogas Maria Balbina Gappmayer e Ana Carolina Seara e reuniu psicoterapeutas com experiência em áreas distintas.


O encontro iniciou com uma exposição e discussão sobre o Projeto Gestalt-oncologia: um lugar além da doença, desenvolvido desde 2008 pelos profissionais do Instituto Müller-Granzotto. A partir das discussões e compartilhamento de experiências realizado entre os participantes, o encontro propiciou uma reflexão sobre as expectativas do clínico e as demandas dos consulentes que buscam este trabalho. Uma reflexão sobre os ajustamentos aflitivos e as possibilidades de trabalho na clínica gestáltica vinculada a tais demandas gerou ricas contribuições para que fosse possível ampliar o olhar para as formas de intervenção, já que o clínico gestáltico trabalha a partir de uma ética e com a noção de campo.


Agradecemos a presença de todos os envolvidos nesse trabalho e no desenvolvimento das sementes para novas possibilidades. Dando seqüência ao projeto em novembro teremos: “Onde está a criança no atendimento infantil?”

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um lugar além da doença: Gestalt-oncologia

Maria Balbina Gappmayer
Ana Carolina Seara

As demandas que chegam ao consultório são as mais variadas possíveis. Mas, sem dúvida alguma, as mais comuns dizem respeito a dificuldades nos relacionamentos, sejam amorosos, familiares, profissionais ou outros. E, o psicoterapeuta, normalmente, só é procurado quando sentimentos como angústia e/ou ansiedade ficam insuportáveis. Mas como proceder quando, além dessas demandas, nos deparamos com situações de doenças graves, como um diagnóstico de câncer? É possível oferecer a tais consulentes “um lugar além da doença?” Estas e outras questões farão parte da discussão do Gestalt em Ato, deste mês.

É importante termos claro que não basta apenas acolher os consulentes que chegam ao consultório com diagnóstico de uma doença oncológica e que trazem demandas que envolvem risco de morte, mutilação (decorrentes de cirurgias), perda de capacidades fisiológicas básicas, mas também identificarmos que o consulente está enfrentando um quadro aflitivo.

Se considerarmos o início do tratamento, a fase em que se recebe o diagnóstico, podemos identificar um ajustamento aflitivo (ético-político), uma vez que o consulente lida com uma situação para a qual não possui dados. Não existe um fundo acessível para que possa encontrar formas possíveis para lidar com a nova situação. Para que o terapeuta, no entanto, possa trabalhar com essa demanda; em primeiro lugar, precisa ter claro qual é a sua forma pessoal de lidar com tais questões, pois, em um trabalho psicoterapêutico com consulentes em tratamento oncológico, essas perdas e ressignificações estarão presentes ao longo de todo o processo.

É, a partir da experiência no Projeto Gestalt-oncologia, desenvolvido pelos profissionais do Instituto Müller-Granzotto, e do referencial teórico sobre os ajustamentos na clínica gestáltica, que o Gestalt em Ato de outubro se propõe a discutir, e você é nosso convidado para conhecer esse olhar.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Gestalt nas Organizações

Em 1 de setembro de 2010 aconteceu mais uma edição do Gestalt em Ato com o trabalho Gestalt nas organizações, apresentado pelos Psicólogos Graziela Bonatti e Cleber de Paula. O encontro reuniu estudantes e profissionais com experiências distintas: alguns que já atuaram na área e outros que não tinham contato com a área, todos interessados em conhecer essa forma de trabalho.

O trabalho iniciou com um levantamento das expectativas dos participantes e uma introdução de conceitos da GT como self e suas funções, hábitos, inibição, campo, desvio, ajustamentos evitativos e de busca e de como é possível ver isso acontecendo na prática diária de quem trabalha com organizações. A partir das discussões o lugar do Psicólogo nas organizações pôde ser ampliado do Psicólogo que somente recruta, seleciona e treina pessoas, para o lugar em que o Psicólogo lida com as relações humanas e está a todo momento em relação com as pessoas da empresa também.

Agradecemos a presença de todos os envolvidos no sucesso desse trabalho! Dando sequência ao projeto em outubro teremos: Gestalt-oncologia:Um lugar além da doença

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gestalt nas Organizações?

Graziela Bonatti
Cleber de Paula

Sim, e por que não?

Essa é a proposta que começamos a discutir dentro de um grupo de diversos profissionais da área de RH, Psicologia Organizacional, Psicologia do Trabalho e Gestalt terapeutas.

E nos questionamos: qual seria a contribuição que a Gestalt Terapia poderia trazer para dentro de uma organização?

Essa é uma questão que ainda não se responde por si só, mas já podemos arriscar e afirmar que olhar gestalticamente para uma organização é perceber-se em relação, como alguém que está lidando, a todo o momento, com aquilo que, muitas vezes, lhe parece próprio ou alheio, mas que, a bem da verdade, trata-se tão somente de um modo de ser no campo - o campo no qual nossas relações se estabelecem. Um campo que, ao contrário do que comumente imaginamos, não ocupa um lugar físico, mas se constitui, ele próprio, nas relações, na troca, no como nos sentimos com aquilo que nem sempre nos é explicitado, mas que podemos, de alguma maneira, sentir ou, se preferirmos, intuir. Sendo assim, podemos considerar que uma organização, por se tratar de um local onde convivemos com as mais diferentes pessoas, enseja a possibilidade da configuração de diversos e variados campos.

E como nos sentimos nesses campos? Como agimos a partir de como nos sentimos? Como as pessoas trabalham, criam e se relacionam nas organizações? Como podemos oportunizar a expressão do que se passa com as pessoas e o que é possível criar a partir desse lugar?

Será aqui, nesse contexto, que estaremos tratando do que chamamos de ética na Gestalt Terapia. Ética que é abrigo e desvio, pois se propõe a olhar para esse lugar em que o estranho e o desconhecido em nós se apresenta, encontra abrigo e, ao encontrar abrigo, pode então transformar-se na matéria-prima de construções vindouras.

Além disso, questionamos se há lugar para essa ética dentro das organizações e como se daria a construção dessa possibilidade em nossas práticas diárias.

Estas são algumas das questões que irão permear nossas discussões e então, a partir delas, nascer a proposta da atuação gestáltica dentro das organizações.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um olhar gestáltico sobre a psicose


Em 4 de agosto de 2010 aconteceu mais uma edição do Gestalt em Ato com a apresentação do trabalho Em busca do quê? Um olhar gestáltico sobre a Psicose, contando com a presença de aproximadamente 20 pessoas, entre profissionais e estudantes.

Após a apresentação do filme Lars, houve um debate sobre como a gestalt-terapia compreende os ajustamentos de busca ou psicóticos (segundo a literatura psi). O debate propiciou um espaço de discussão onde pôde-se refletir sobre as formas de trabalho nesse campo de atuação, suas decorrências e possibilidades.

Agradecemos a presença de todos os envolvidos no sucesso desse trabalho! Dando sequência ao projeto em setembro teremos um olhar sobre: Gestalt nas organizações.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Em busca do quê? Um olhar gestáltico sobre a psicose


Tamara Emerim Guerra

Marcele de Freitas Emerim

Para a Gestalt-terapia, todas as nossas formas de estar no mundo são chamadas de ajustamento - é como nós nos ajustamos frente às situações que a vida nos apresenta. Sendo assim, pode-se dizer que, quando falamos de psicose – o que a literatura psicológica/psiquiátrica geralmente considera uma psicopatologia ou uma estrutura, estamos falando de um ajustamento dentre outros vários possíveis pelos quais podemos transitar. Acreditamos que, na chamada psicose, haja uma busca, de forma que preferimos chamar esse modo de estar no mundo de ajustamento de busca.

Imagine que, em determinada situação, não tenhamos, por algum motivo, como responder às demandas que nos são endereçadas - seja porque as sensações e sentimentos são tão diferentes e contraditórios que não conseguimos escolher apenas um, ou porque não conhecemos ou entendemos o que está sendo pedido. O que fazemos, então? Começamos a buscar nos dados materiais elementos que nos organizem ou preencham o que nos falta.

Um delírio, uma música que ouvimos ou, ainda, um filme que vemos e revemos e não sabemos o porquê (mas sabemos que vai além do simples entretenimento) pode estar exercendo a função de organizar sentimentos e sensações que se apresentam desorganizados. Uma alucinação (quando, por exemplo, sentimos um cheiro que não está lá, ouvimos um celular que não está tocando ou o nosso nome sem que ninguém esteja nos chamando) pode estar preenchendo o que nos falta para sermos capazes de responder ao que a situação está pedindo, às demandas que o meio nos impõem.

Mas, o que acontece se, de algum modo, essa forma de se ajustar a determinadas situações não for respeitada e acolhida? O despimento de toda a possibilidade de criação pode levar à falência do ajustamento de busca resultando em um surto. Não é a presença de delírio ou alucinação que configura um surto, ele acontece quando os ajustamentos de busca não podem mais ser feitos, quando a possibilidade de se ajustar dessa forma é retirada.

As formas de estarmos no mundo, de nos relacionarmos com as pessoas à nossa volta, são os ajustamentos que damos conta de fazer a cada situação – e desejamos ser aceitos e respeitados como somos.


Vamos continuar essa discussão?

Esperamos você no dia 04 de agosto (quarta-feira) às 19h no Instituto Müller-Granzotto.

Al. Gov. Heriberto Hülse, 98- Centro – Florianópolis SC

Inscrições e informações: Tel. (48) 3322 2122 www.mullergranzotto.com.br

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gestalt em Ato de julho: A criança e a família pelo olhar da Gestalt-terapia



Em 14 de julho de 2010 aconteceu mais uma edição do Gestalt em Ato com a apresentação do trabalho Pequena Miss Sunshine: a criança e a família pelo olhar da Gestalt-terapia, contando com a presença de aproximadamente 20 pessoas, entre profissionais e estudantes.
Após a apresentação do filme Pequena Miss Sunshine, 2006, houve um debate e exposição de uma leitura das formas de relação da família Hoover (personagens do filme apresentado). O debate propiciou um espaço de discussão onde o trabalho pela perspectiva gestátilca pôde ser compartilhado, trazendo ricas contribuições para o desenvolvimento da Gestalt-terapia.
Agradecemos a presença de todos os envolvidos no sucesso desse trabalho! Aguardem os próximos trabalhos: em agosto, Em busca do que? Um olhar gestáltico sobre a Psicose.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pequena Miss Sunshine: a criança e a família pelo olhar da Gestalt-terapia


Ana Carolina Seara

Maria Teresa Mandelli

Para a Gestalt-terapia a família, é entendida como um sistema íntimo, como uma totalidade, inserida em outras totalidades, que é formada por diferentes elementos em permanente interação, que se afetam mutuamente na busca da melhor forma possível de auto-regulação.

Imagine então a cena: um jantar de família e, estão presentes: uma menina de 7 anos que sonha em ganhar o concurso de beleza infantil “Miss Sunshine”; o irmão, obcecado em ser piloto da Força Aérea, que faz um "voto de silêncio" até conseguir sê-lo; o avô que foi expulso de uma casa de repouso por usar drogas; o pai que vende um programa de auto-ajuda para quem quer ser um vencedor; a mãe e o tio, intelectual e homossexual que acaba de tentar suicídio (por isso foi recomendado ficar com a família). Essa é uma das primeiras cenas de Pequena Miss Sunshine, 2006, uma comovente comédia que retrata a dinâmica peculiar de uma família norte americana, na qual o desejo de uma criança transforma a vida de uma família. Cada personagem tem uma história e drama particular, mas é no contato que as possibilidades de criação de uma nova forma de relação se revelam.

Diante disso surgem alguns questionamentos: como os elementos dessa família se relacionam? O que cada familiar está fazendo para obter satisfação para as suas necessidades dentro desse contexto? O que está fluindo e o que está interrompido nessa dinâmica familiar?

A partir desses e de outros questionamentos, nosso objetivo no Gestalt em Ato de julho de 2010 é mostrar através de uma leitura desse filme, a forma de trabalho e a compreensão da dinâmica familiar pela perspectiva gestáltica. E você é nosso convidado para compartilhar dessa experiência.

Assista ao trailer do filme no Youtube

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Orientação Profissional e de Carreira – em uma perspectiva gestáltica.


Raquel Guedes Pimentel
No mundo contemporâneo em que o ser humano do século XXI vive atualmente, os temas carreira e profissão são inerentes à condição de ser e estar no mundo. É inevitável pensar e refletir sobre aquilo que ocupa pelo menos 40 horas da semana daqueles que trabalham*.
Além da sobrevivência e da remuneração, imprescindíveis para as pessoas no sistema em que vivemos, há algo precioso que cada um busca (e nem sempre encontra) ao procurar um trabalho ou escolher uma profissão: a realização e o prazer, um sentido pessoal e singular no fazer profissional.
Apesar da Orientação Profissional ter surgido no contexto da Revolução Industrial em prol do capital e em detrimento do ser humano*, o século XX trouxe diversos críticos e contribuições valiosas para que os orientadores de carreira repensassem a prática da OP.
Atualmente, a prática da OP foi ampliada e o foco passou a ser a pessoa e a sua felicidade e bem estar.
Com esse intento, de ajudar as pessoas a descobrirem o fazer com sentido, oferecemos nosso trabalho com o olhar da gestalt-terapia.
Afinal, o que é gestalt-terapia? A história é longa e vale a pena ser conhecida. De uma forma resumida, a gestalt-terapia é uma abordagem de trabalho da Psicologia que nasceu no século XX, sob os braços da Fenomenologia e de diversas influências que, pelas mãos de Perls, Goodman e Hefferline (1951), trouxeram um novo jeito de ver o ser humano e de lidar com suas mazelas.
Esse “novo jeito” envolve o foco na forma que cada um está no mundo e como essa forma interfere nas relações e no viver. Os significados partem da própria pessoa e o gestalt-terapeuta vai paulatinamente pontuando a forma, ampliando o contato com aquilo que de mais precioso cada pessoa tem.
Esse processo de apropriar-se da forma vem ao encontro dos propósitos da orientação de carreira, à medida que no trabalho e em todas as situações da vida as formas aparecem. A escolha é orientada por essa forma e conhecer essa forma torna-se um desafio imprescindível para se fazer uma escolha feliz.
Além de conhecer a referida forma, o contato com a mesma permite a construção de novas formas e jeitos de estar no mundo. O processo de criar e recriar-se ao longo da grande aventura que é a vida.