terça-feira, 31 de maio de 2011

Abrigos, manicômios e prisões: o sofrimento ético-político e as instituições totais

 O Instituto Müller-Granzotto convida para o trabalho:

Com Greice das Neves Pasqualotto e Marcele de Freitas Emerim
 
Data: 01/06/2011, nesta quarta
Horário: 19h
Local: Instituto Müller-Granzotto
Al. Gov. Heriberto Hülse, 98 – Centro – Florianópolis – tel. 3322 2122
Atividade gratuita e aberta ao público. Participe!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Abrigos, manicômios e prisões: o sofrimento ético-político e as instituições totais


Greice das Neves Pasqualotto
Marcele de Freitas Emerim

O sociólogo canadense Erving Goffman, após estudos de observação em um hospital na década de 50, chamou de instituição total o local que abriga um grande número de pessoas em situação semelhante: separadas de seu meio social, na maioria dos casos, por um longo período de tempo, passam a viver de forma reclusa, com todas as suas atividades diárias realizadas em um mesmo local, geralmente em grupo e com horários fixos, com rigoroso controle por parte de uma organização formal. As instituições totais caracterizam-se, fundamentalmente, por imporem uma barreira entre a instituição e o mundo externo e por serem um “híbrido social, parcialmente comunidade residencial, parcialmente organização formal.” (GOFFMAN, 2005, p. 22).
Na obra Gestalt-therapy (1951), os autores falam em misery, traduzido em português como aflição – “distúrbio do self espontâneo”(p.235). Diante de um quadro de aflição, o sistema self perde sua espontaneidade, a função personalidade deixa de ser capaz de explicar “quem somos”, lembrando que a “[p]ersonalidade é o sistema de atitudes adotadas nas relações interpessoais; é a admissão do que somos”(p.187).
Sob a ótica da teoria do self, Müller-Granzotto e Müller-Granzotto (2009) ampliaram as pistas deixadas pelos autores de Gestalt-therapy, descrevendo e propondo intervenções junto aos quadros de aflição, aos sofrimentos ético-políticos, como preferem chamar os autores (2009).

GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

MÜLLER-GRANZOTTO, M.; MÜLLER-GRANZOTTO, R. A clínica gestáltica da aflição e os ajustamentos ético-políticos. Trabalho apresentado no II GT Catarina. Florianópolis, junho de 2009.

PERLS, F.; HEFFERLINE, R.; GOODMAN, P. Gestalt-Terapia. 2.ed. São Paulo: Summus, 1997.

Convidamos você a discutir conosco sobre a realidade das instituições totais, a problematizar a atuação do psicólogo nesses espaços e a pensar junto sobre a clínica gestáltica da aflição: nossa aposta de intervenção ética junto àqueles que se encontram em instituições dessa natureza.

Data: 01/06/2011
Horário: 19h
Local: Instituto Müller-Granzotto
Al. Gov. Heriberto Hülse, 98 – Centro – Florianópolis – tel. 3322 2122
Atividade gratuita e aberta ao público. Participe!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Maio de 2011: Afinal, o que pode o Psicólogo?

Em 4 de maio, aconteceu a terceira edição do Gestalt em Ato de 2011 com o trabalho Olhando Gestalticamente para as organizações: Afinal, o que pode o Psicólogo?, apresentado pelo Psicólogo e Gestalt-terapeuta Cleber Rodrigues de Paula. O encontro reuniu estudantes e profissionais interessados em conhecer um pouco mais sobre o tema.

Essa terceira edição se produziu a partir das perguntas suscitadas pela experiência de cada um no campo do trabalho e das organizações. Como ponto de partida, foi lembrado que predomina na psicologia uma prática profissional empobrecida, com o profissional psicólogo sendo demandado em função da produtividade e do lucro em detrimento do sujeito. Também o discurso contraditório dos sindicatos, baseados em uma leitura rasa do materialismo dialético que não dá conta da dimensão da subjetividade no trabalho. Mesmo as políticas públicas voltadas para a área o fazem a serviço de uma idealização do sujeito trabalhador. Esse encontro deixou evidente o engajamento dos profissionais na ética apregoada pela gestalt-terapia e o entendimento de que há lugar para o debate e construção de uma "clínica gestáltica ampliada" que possa dialogar com outros saberes e áreas ligadas ao trabalho.

Agradecemos a todos que estiveram presentes e que contribuíram para a construção desse encontro e deixamos um convite para o próximo Gestalt em Ato que será realizado dia 1 de junho de 2011: Abrigos, manicômios e prisões: o sofrimento ético-político e as instituições totais.