sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A criança e o adolescente na escola: ajustamento sincrético ou naturalização?


Lydiane Soares
Maria Teresa Mandelli

A realidade da clínica infanto-juvenil apresenta uma imensa quantidade de encaminhamentos escolares que têm como queixa problemas de comportamento e dificuldades de aprendizagem.  É habitual, por parte da escola e profissionais da área da saúde, o uso de diagnósticos que classificam crianças e adolescentes como hiperativos, disléxicos, depressivos, autistas, dentre outros, que sustentam a compreensão de que o sujeito é portador de uma deficiência e desconsideram os demais envolvidos no processo de aprendizagem e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

A terapêutica destes casos frequentemente se reduz ao uso de psicotrópicos; o Brasil é o segundo país que mais medica crianças e adolescentes. Tal realidade reforça o entendimento de que tais comportamentos diferentes “dos esperados” dizem respeito a doenças a serem tratadas e não a ajustamentos criativos para lidar com o contexto contemporâneo, marcado por incertezas e instantaneidade.

As demandas endereçadas aos psicólogos clínicos invariavelmente buscam a adequação de crianças e adolescentes às normas e padrões esperados pelo contexto escolar. 

Nosso intuito neste trabalho é refletir e dialogar sobre os efeitos de uma concepção diagnóstica e curativa que direciona a atuação do psicólogo para um atendimento individualizado ao sujeito com queixa escolar, bem como propor e discutir, sob a ótica da clínica gestáltica, uma prática que implica todos os que participam do processo de escolarização e socialização de crianças e adolescentes. A clínica gestáltica possibilita o acolhimento daquilo que é estranho, diferente da normatização, buscando a espontaneidade e a fluidez das relações.

A partir destas discussões e da prática clínica, abrem-se algumas questões:

A serviço de quem estão os diagnósticos escolares?  
Como o clínico gestáltico atua frente a estas normatizações?
 
Venha participar dessa discussão, a partir desses e outros questionamentos, no próximo Gestalt em Ato, dia 14 de setembro, quarta, às 19hs!

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