sábado, 2 de abril de 2011

Descobrindo crianças e os recursos terapêuticos

Carolina Koneski
Lydiane Soares

Todos nós, ao lembrarmos nossa infância, vivenciamos cenas e experiências com nossos mais fiéis companheiros: nossos brinquedos, bonecas, cavalos, jogos, carrinhos. É a partir do olhar de nossa experiência no mundo, como um ensaio de nossa expressão, e deste brincar, que o terapeuta é convidado a participar no atendimento terapêutico com a criança. Os recursos terapêuticos facilitam a comunicação e, através do convite do brincar, disponibilidade, forma e afetação possibilitam o surgimento dos ajustamentos e os padrões relacionais (lidar com a falta, frustração, limites e a capacidade de fantasiar). Presentificando a forma, como bem cita Muller-Granzottto, quando diz que a “meta da experiência clínica – dessa proposta ética de comprometimento com aquilo que faz desvios – é mobilizar a manifestação desses invisíveis” (M.R. MULLER-GRANZOTTO, 2007.).

A vivência lúdica aqui vivida como uma intervenção, como o fenômeno que se apresenta no campo - uma experiência singular e intransferível, encharcada de sentidos e significados na experiência de quem brinca - “[...] talvez seja uma das experiências mais emblemáticas e bonitas da psicoterapia: possibilitar que a criança dê solução à seguinte questão: ‘como eu posso manipular criativamente o meio para suprir minha necessidade através de caminhos satisfatórios?” (AGUIAR, 2005, p. 229).

Na clínica com crianças, onde os recursos terapêuticos são formas de expressão e não meios de avaliação, cabe ao clínico ocupar um lugar diferente na interpretação e análise do brincar. A partir dessa compreensão, pretendemos discutir acerca da prática clínica gestáltica e dos recursos terapêuticos na clínica com crianças.

Aguardamos sua presença.

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